segunda-feira, 12 de novembro de 2012

De onde viemos? O que somos? Para onde vamos?


De Onde Viemos? O Que Somos? Para Onde Vamos?
De Onde Viemos? O Que Somos? Para Onde Vamos? - 1897/98

Essa pintura minha, que fiz já em idade avançada, é uma obra prima, situada no Taiti. Os corpos sólidos e sensuais que aparecem na minha pintura, assim como as formas sinuosas das árvores e o colorido intenso, evocam o paraíso tropical, parte real e parte imaginário, que me inspirou.
A obra deixa evidente o meu hábito de utilizar as cores saturadas e figuras ousadas, com contornos nítidos, para criar uma composição quase abstrata. A cor cria um poderoso impacto com seus contrastes entre o verde e o azul das matas e o amarelo dos corpos. Além disso, a cor tem, também, uma função decorativa e sensual.

Eu inseri nessa pintura detalhes, ou figuras que possuem uma certa carga simbólica, evidenciando minha intencionalidade com a criação dessa. A obra conta uma história, assim como várias outras minhas. As figuras nos planos mais próximos representam o ciclo de vida, refletindo as questões propostas no título de minha obra. O ciclo se inicia na direita, com um bebê dormindo, e termina na extrema esquerda, com uma mulher velha e uma ave. Para ser mais detalhado:

Bebê adormecido:

O bebê dormindo aparece no canto direito da tela, seguindo a convenção oriental de leitura. A criança representa o início do ciclo da vida.

Fruta colhida:

Enchendo a altura da tela encontra-se um jovem que se estica para colher uma fruta. Esse é o ponto focal da pintura. A forma de seu corpo é delineada em preto e os tons brilhantes de sua pele são realçados pelo fundo predominantemente azul e verde.

Divindade:

A figura em azul, imaterial e baseada em relevos polinésios, indica o mundo do além. Ela também aparece em outras obras do artista, devido ao seu choque com a distruição pelos missionários cristãos de arte sacra nativa no Taiti.

Título:

Perto do fim de sua vida, Gauguin passou a intitular suas obras com perguntas. O artista respondeu às próprias perguntas dizendo que somos uma existência mundana e que vamos para junto da morte.


Velha: 

Sentada próxima a uma bela jovem encontra-se uma mulher velha e de pele escura. Ela se agacha na sombra, como se estivesse esperando pelo fim da vida. A ave branca parada ao seu redor pode ser uma representação da fase final e desconhecida que se segue a morte.

Reflexão que o PAS traz


Embora não estarei vivo nessa época, tenho uma boa idéia dos comentários que farão sobre minha obra. Principalmente o tal do PAS.
O PAS traz à tona questionamentos sobre quais concepções de mundo, 
de ser humano e de conhecimento estão presentes em expressões artísticas de diferentes culturas e períodos históricos. Tambem questiona quais produções artísticas são vinculadas às questões religiosas e mitológicas e definem ou favorecem concepções de mundo, de ser humano e de conhecimento. Minha obra se insere nesse contexto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário